O modelo híbrido de trabalho deixou de ser uma tendência para se tornar realidade em grande parte das empresas brasileiras. Segundo dados recentes, 86% das organizações no Brasil adotam alguma forma de regime híbrido. Ao mesmo tempo, cresce o debate sobre o impacto dessa mudança na produtividade e, principalmente, na saúde mental dos profissionais.
Neste artigo, você confere os dados mais atuais, os principais benefícios e desafios do modelo híbrido, além de recomendações práticas para empresas que desejam conciliar performance e bem-estar.
O cenário atual do trabalho híbrido no Brasil
A adoção do trabalho híbrido se consolidou no Brasil nos últimos anos. Um levantamento realizado em 2025 pela consultoria Robert Half revelou que a maioria das empresas pretende manter o regime misto de trabalho, como forma de atrair e reter talentos, reduzir custos e oferecer mais flexibilidade aos colaboradores.
De acordo com um estudo publicado pelo portal Empresas & Negócios, o modelo híbrido é atualmente utilizado por 86% das companhias brasileiras, enquanto apenas 9% funcionam em regime 100% presencial.
Saúde mental: o maior impacto positivo do trabalho híbrido
O formato híbrido tem sido apontado por muitos profissionais como uma estratégia eficaz para melhorar a saúde emocional no ambiente corporativo. Um estudo de 2025 publicado pelo Jornal Empresas & Negócios revelou que 66% dos trabalhadores brasileiros relataram melhora na saúde mental após a adoção do trabalho híbrido.
Entre os principais benefícios percebidos estão:
- Menor exposição ao estresse do trânsito e deslocamento;
- Mais tempo para a família, autocuidado e atividades físicas;
- Redução de crises de ansiedade ligadas à sobrecarga e controle excessivo no trabalho.
Além disso, a saúde mental foi considerada um fator determinante para a performance: dados da SPC Brasil mostram que 69% dos profissionais reconhecem que seu desempenho está diretamente ligado ao seu estado emocional.
Produtividade e performance: dados que confirmam a eficácia
Não é só o bem-estar que melhora. A produtividade também acompanha esse movimento. Um relatório publicado pela Climec em 2025 aponta que:
- Profissionais em ambientes psicologicamente seguros são 31% mais produtivos;
- Empresas com boa gestão emocional apresentam até 37% mais performance em vendas;
- O índice de engajamento dos times aumenta significativamente quando há liberdade e confiança no regime de trabalho.
Esses dados reforçam que a produtividade não está atrelada à presença física, mas sim à clareza de metas, comunicação efetiva e qualidade do ambiente organizacional — presencial ou remoto.
Desafios do trabalho híbrido que merecem atenção
Apesar dos inúmeros benefícios, o modelo híbrido também traz desafios que não podem ser ignorados:
- Sensação de isolamento e desconexão com a cultura da empresa;
- Dificuldades de comunicação entre equipes híbridas e presenciais;
- Gestão ineficaz do tempo e sobreposição entre vida pessoal e profissional;
- Falta de preparo de líderes para gerenciar à distância com empatia e produtividade.
Por isso, é essencial que o trabalho híbrido não seja tratado como “apenas uma mudança de local”, mas sim como uma transformação cultural na forma de liderar, comunicar e apoiar colaboradores.
Boas práticas: como promover saúde e produtividade no híbrido
Empresas que desejam colher os frutos do modelo híbrido de forma sustentável devem investir em:
- Programas de apoio psicológico e bem-estar emocional;
- Capacitação de líderes para escuta ativa, empatia e gestão por resultados;
- Políticas claras sobre horários, reuniões e direito à desconexão;
- Ações internas que reforcem pertencimento e cultura organizacional, mesmo a distância.
A nova versão da NR‑1 (Norma Regulamentadora nº1), revisada em 2022 e válida até hoje, reconhece oficialmente os riscos psicossociais no trabalho e reforça a responsabilidade das empresas na gestão da saúde mental — o que amplia ainda mais a importância de boas práticas no modelo híbrido.
Conclusão
O trabalho híbrido é, hoje, mais do que uma alternativa: é uma estratégia inteligente para unir performance e bem-estar. Com dados que comprovam seus benefícios para a saúde mental e para os resultados das empresas, torna-se claro que o sucesso desse modelo depende da capacidade de adaptação, empatia e gestão eficaz.
Para empresas, o caminho é investir em estrutura, cultura e escuta. Para profissionais, é uma oportunidade de conquistar equilíbrio, qualidade de vida e maior realização no trabalho.